O GP Brasil foi um belo espetáculo, apesar do grid cada vez mais magro, e contou com um bom público presente e nenhum acontecimento negativo que tirasse o brilho da corrida, mas dessa vez a tão aguardada chuva não veio para trazer ainda mais emoção para quem assistia e acelerava na pista. Vamos agora à nossa tradicional “Análise equipe-por equipe” do GP:
MERCEDES: Rosberg manteve Hamilton o tempo todo sob controle e quando Hamilton poderia sonhar com o pulo do gato no pit-stop, uma escapada de pista jogou tudo fora, obrigando-o a remar de volta até realcançar o alemão, mas que mais uma vez e com pneus melhor conservados, não teve problemas em mantê-lo sob controle.
WILLIAMS: Massa chegou ao pódio em casa, para a alegria de todos, mas os dois erros sucessivos que cometeu nos boxes (excedeu a velocidade no primeiro e entrou na equipe errada no outro) quase jogam no colo de Button o valioso troféu. Bottas teve problemas com pneus, com uma sobreviseira presa à sua asa dianteira e com o cinto de segurança, que se soltou, obrigando-o a uma parada desastrosamente longa para arrumá-lo, o que o derrubou lá para trás.
McLAREN: Cada vez mais Button sinaliza para sua equipe o erro que será dispensá-lo ao final desse ano. Fez uma grande corrida para o carro que dispõe e chegou próximo à Massa na disputa pelo pódio. Magnussen, menos exuberante, marcou lá seus pontos, mas fico com a impressão que não mostrou ainda ser uma mega-talento que muitos esperavam. Force Índia parece cada vez menos uma ameaça para eles na tabela.
RED BULL: Vettel tropeçou na primeira volta, deixando Button e Alonso passá-lo, mas com um carro superior suplantou o espanhol e navegou em águas calmas até o 5º lugar. Daniel Ricciardo abandonou, coitado, com problemas mecânicos.
FERRARI: Alonso mais uma vez levou o carro nas costas, a diferença é que dessa vez encontrou em seu companheiro Kimi Raikkonen um bravo oponente. O finlandês pela primeira vez se sentiu confortável no carro da Ferrari e até arriscou uma única parada (os demais fizeram 3 e uns poucos 2) e nessas condições, com pneus mais velhos, até foi competitivo, embora no fim tenha sido passado com facilidade.
FORCE ÍNDIA: Hulkenberg, o eficiente, liderou a corrida, pontuou de novo e quase dá o bote em Raikkonen na última volta (chegou 0,2s atrás). Perez, largando lá de trás por ter batido em Sutil na última corrida, não pontuou, por mais aguerrido que também tenha sido na pista, mas é perceptível que o carro da equipe indiana não tem mais o vigor que exibiam no começo do ano – sem dinheiro não há desenvolvimento…
TORO ROSSO: Quase chegam nos pontos de novo, dessa vez com Kvyat, que chegou a ficar em segundo por algumas voltas, os fracos motores Renault tiveram dificuldades para fazer frente aos Mercedes (7 motores Mercedes nas 10 primeiras posições). Vergne também foi combativo, mas não brilhou como gostaria (ainda tenta uma vaga para 2015).
LOTUS: Maldonado de novo foi o melhor colocado, mas tanto ele como Grosjean foram bem combativos na pista, pena que quase sempre na posição de lutar para não ser ultrapassado. O francês ainda abandonou.
SAUBER: Os pontos, de novo, não vieram para o pobre time suíço. Gutierrez ainda chegou a figurar em terceiro lugar e Sutil em quinto, mas foi circunstancial, pois o carro não permite de fato uma disputa pelas 10 primeiras posições e ainda se embananaram numa parada do demissionário piloto alemão.
Abaixo seguem as tabelas atualizadas de classificação da corrida e dos campeonatos de pilotos e construtores:
Bom algumas ressalvas minhas:
Bom público talvez, mas apesar dos 133.109 torcedores citados pela organização da prova (isso é soma dos três dias!), dizem as más línguas presentes que nunca nos últimos 5 ou 6 anos se viu as arquibancadas tão vazias como estavam.
O “povinho” quebrando o alambrado pra invadir a pista no final, pra poder chegar ao pódio (essa invasão agora é permitida pela FIA, mas precisava quebrar?) foi uma demonstração típica da lamentável cultura tupiniquim. Triste.
E mais uma “implicância” minha, no nível de profissionalismo apresentado e exigido dentro de um campeonato mundial de Fórmula 1, um piloto com anos de experiência; numa só corrida, primeiro errar, e ultrapassar o limite de velocidade nos boxes – essa de “apertei o botão e não vi é ridícula! – e depois entrar no box errado é no mínimo passível de um “troféu” (alem do ganho com o 3º lugar). Coisa que nem guri de 7 anos que corre no kart e leve a coisa a sério faz. Enfim…
Boa evolução do Kimi, mesmo que seja tardia para o campeonato, finalmente se encontrou com o carro, apesar de ser presa fácil para o Mito Aloso.