A ordem de forças da Fórmula 1 2015

findiaTerminado os 12 dias de testes coletivos, debrucei-me sobre os dados coletados (e disponíveis) ao longo desse período para tentar trazer à luz um retrato mais próximo possível quanto à real ordem de forças das 9 equipes nesse início da temporada 2015 da Fórmula 1.

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Minha “análise equipe-por-equipe” é uma aproximação, já que nunca sabemos de fato a configuração exata de cada equipe quando elas testaram seus carros, o que pode confundir um pouco as coisas, mas baseando-se sobretudo nas voltas das simulações de corrida com os mesmos tipos de pneus, podemos ter uma ideia de como está o ritmo da maioria dos carros ante a seus rivais.

Claro que esse jogo de forças pode e deve mudar ao longo da temporada conforme as pistas favoreçam mais as características técnicas de uns carros e detrimento de outros, além da natural evolução das equipes conforme elas forem entendendo e corrigindo seus problemas, enquanto outras, até pela falta de dinheiro, poderão perder o fôlego inicial.

Ao lado dos nomes de cada equipe está a quilometragem total percorrida por elas com seus carros novos. Aproveitei para colocar imagens de todos os carros sob o mesmo ângulo, para que vocês possam comparar o desenho de cada modelo e suas sutis diferenças aerodinâmicas. Clique nas imagens para ampliá-las!

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MERCEDES – 6.107 km –  Larga na temporada como franca favorita a mais um título, com seu carro tendo sobrado na pista nas ocasiões em que quis acelerar de verdade, dando-se ao luxo de sequer testar o composto supermacio disponibilizado pela Pirelli. Seu ritmo de voltas nas simulações de corrida também mostraram tranquila superioridade e confiabilidade (durante todos os testes, só usaram 1 motor!), indicando que salvo alguma improvável mega zebra, o título deve ser novamente uma disputa isolada entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que parecem dispor de um carro cerca de 1 segundo mais rápidos que os demais.

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WILLIAMS – 4.969 Km – Nas simulações de corrida em Barcelona na última sessão de testes, os tempos de voltas da Williams foram marginalmente melhores do que as da Ferrari e Red Bull, bem como suas voltas rápidas, mostrando que a equipe de Frank Williams pode começar o ano com uma mão no troféu de terceiro lugar do GP da Austrália. O ponto fraco do carro do ano passado, tração na saídas das curvas, parece ter sido corrigido, mas ainda não tem o equilíbrio de contorno de curvas (nem o mesmo orçamento milionário para investir em melhorias) da rival prateada.

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FERRARI – 5.395 Km: Os italianos de Maranello foram os que deram a mais sólida impressão de evolução de um ano para o outro. Mérito do novo motor mais potente? Certamente, mas pelo desempenho em curvas,  bem próximo ao da Williams – algo que não ocorria no ano passado – o chassis também evoluiu bastante, conforme as palavras de um sorridente e motivado Kimi Raikkonen e de um confiante Sebastian Vettel. Assim, a briga com a Williams e Red Bull pelo terceiro degrau no pódio deve ser uma realidade na maioria das pistas nesse começo de ano, sobretudo porque não faltará dinheiro para investir ao logo do ano

f1redbuRED BULL – 4.324 Km – Parece que a equipe dos energéticos vai começar o ano com uma desvantagem em relação às rivais: o motor. Pela velocidade em reta do RB11, a potência dos propulsores franceses parece ainda estar atrás das rivais, uma vez que os Mercedes seria os mais fortes e os Ferrari teriam ganhado 80 cavalos para esse ano contra 30 da Renault. Claro que a cada troca de motores isso pode mudar e eles tem um grande chassis nas mãos, como sempre e ainda muito dinheiro para pesquisar melhorias. Outro fato a ser considerado é que a Red Bull foi a única equipe além da Mercedes que não testou os pneus supermacios. Sinal de confiança? Pelas simulações de corrida, Daniel Ricciardo parece ter se adaptado melhor ao novo carro, mas isso também pode mudar dependendo da pista.

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LOTUS – 4.225 Km – A felicidade nos rostos de Pastor Maldonado e Romain Grosjean após suas primeira experiências com o E23 foram um alívio para a equipe e para quem torce pela equipe dos carros pretos; o carro desse ano é bem melhor que o desastroso E22 do ano passado. Pelo que se viu nos testes, eles não estariam no mesmo nível de competitividade de Williams/Ferrari/Red Bull, mas graças a um melhor projeto e também ao novo motor Mercedes, que substituiu os Renault, parecem estar à frente do grupo Lotus/Sauber/Toro Rosso e deverão pontuar com alguma constância.

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SAUBER – 5.699 Km – Beneficiado pelos ganhos do novo motor Ferrari, a equipe dos inexperientes Felipe Nasr e Marcus Ericsson pareceu mostrar um bom ritmo com o carro azul e amarelo que só não andou mais que a Mercedes nesses 12 dias. Claro que as voltas rápidas podem ser enganadoras, mas as simulações de provas não costuma ser tanto e nelas saíram-se com um ritmo parecido com o das rivais do pelotão de trás do grid – sim, pontuar não será algo recorrente para a Sauber. Patriotadas à parte, Nasr parece ter um ritmo um pouco melhor do que o de Ericsson.

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TORO ROSSO – 5.515 Km – Estava em dúvida se colocava a equipe italiana à frente da Sauber, pois ora a equipe parecia mais sólida, ora parecia atrás. O fato é que devem começar a temporada bem emboladas com as rivais diretas. O STR10 mudou várias peças ao longo dos testes, o que se por um lado mostra boa capacidade de investimento, por outro dá a impressão que algo estava errado com as primeiras soluções descartadas e que agora vão para a Austrália sem tantas informações dessas novidades. Pelo feedback dos presentes em Barcelona, o adolescente Max Verstappen chamou mais a atenção do que Carlos Sainz Jr. e deve começar o ano mostrando mais velocidade.

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FORCE ÍNDIA – 1.694 Km – Se tem uma equipe que tropeçou feio nesse começo de ano, foi a indiana. Eles apareceram com seu carro novo faltando apenas dois dias e meio para o fim da pré-temporada e embora tenham rodado proporcionalmente bastante nesse período e sem apresentar problemas técnicos, na prática chegam à abertura do campeonato com um carro ainda crú, com recursos e limitações ainda desconhecidas e certamente numa condição pior do que usas rivais diretas e inferior a que terminaram a temporada passada. Se o dinheiro não faltar (como vem faltando), poderão reagir no segundo semestre, quem sabe. Pobres Hulkenberg e Perez…

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McLAREN – 1.751 Km- Vocês vão me perguntar: “Você deixou a McLaren por último! Acha que ela vai se arrastar assim!?” Não, mas ela certamente vai começar o ano com sérios problemas de durabilidade, possivelmente nem terminando corridas, já que só uma vez conseguiu dar 100 voltas, com todos os outros dias abandonando por quebras quando davam cerca de 30 voltas, quando um GP tem cerca de 60 – isso para não falar num número ainda maior que percorrem ao longo dos 3 treinos livres e na classificação. Creio que uma reação só come a ser possível a partir da perna européia da categoria, quando estreariam uma segunda versão do propulsor e testam novamente em Barcelona. Quando e se superarem esses problemas de durabilidade, na segunda metade do ano, creio que serão competitivos. E competitivos a ponto de disputarem posições lá na frente com Williams, Ferrari e Red Bull.

MANOR-MARUSSIA – 0.000 – Se eles conseguirem alinhar no grid, o que ainda deverão usar o carro de 2014 da equipe russa com algumas adaptações e um motor antigo da Ferrari (nem sei como isso é possível à luz do regulamento técnico que obriga uma única versão de motor para cada fabricante) e uma dupla inexperiente na Fórmula 1, formando enfim um conjunto completo para se arrastar no fim do grid e ser ameaçado constantemente de degola pela regra dos 107% nas classificações… Mesmo que cético, ainda assim quero ver que bicho dá e espero que dê certo, pois é sempre bom ver um grid mais cheio.

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6 respostas para A ordem de forças da Fórmula 1 2015

  1. Philip disse:

    José Inácio vi o Lito comentar que um diretor do alto calao da Renault Autorizou a compra de um time para a temporada do ano que vem ?Procede ?

  2. Notei q RBR, STR e McLaren tem a traseira bem afinada e mais ‘magra’ que todas as demais.

  3. Zé Queiroz disse:

    A traseira da RBR é extremamente estreita, e a STR está pelo mesmo caminho… Estão dizendo que o chassi da RBR é fenomenal, como nos últimos anos, e que tem grande velocidade de curva.. A ver se a renault não decepcionará mais um ano.
    Abs

  4. Douglas Kaucz disse:

    Eu torço para que a Marussia consiga alinhar no grid. E também que a fórmula 1 seja mais justa com todas as equipes. Amém.

  5. Olá Inácio,
    Bela compilação. Gostei das fotos e do conteúdo.
    Concordo que a equipe mais preparada seja a Mercedes, mas deixar a McLaren entre as menos preparadas, eu discordo.
    Realmente, eles não terminaram muitos circuitos longos, mas os tempos das voltas completadas são ótimos. Pudemos ver eles com os melhores tempos em alguns dias neste início de ano.
    Acredito que estejam preocupados com a durabilidade do carro, mas se o carro não quebrar, sempre estarão na ponta.
    Excelente trabalho.

  6. Pablo disse:

    A Ferrari foi para Jerez e Barcelona com um motor muito forte com 80 cavalos a mais do que o do ano passado, o Nasr chegou a dizer que o motor Ferrari não devia nada ao Mercedes da Williams. Já a Renault foi com um motor com 30 cavalos a mais…Ambas as afirmações parecem serem verdadeiras. Mas a Ferrari voltou atrás é quase certo que ela vai para Austrália com um motor com apenas 40 cavalos a mais que 2014, vários avanços não serão usados até ter certeza que o sistema se tornou confiável. Ela vai fazer a mesma coisa que a Renault está fazendo testar mais esta modificações para não queimar fichas ao longo do ano seriam 32 tokens (dos 66 totais). que podem ser modificados. A Ferrari dá a entender que não usou todos os tokens, já a Renault diz que praticamente usou todos os 32 tokens, pois teria feito um motor 2/3 novo…Mas pode ser tudo mentira para o confundir o pessoal. Por isto acho que os motores Mercedes continuarão a dominar em 2015.

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