Muito vinha se comentado nos bastidores da Fórmula 1 sobre a relação cada vez mais desgastada entre a Red Bull (e por tabela a irmã menor Toro Rosso) e a sua atual fornecedora de motores Renault. Desde o GP da Austrália o desgaste é franco e aberto.
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Após o fraco desempenho desses propulsores em 2014, a pressão por uma versão mais potente e confiável para 2015 era enorme, mas aparentemente esse salto qualitativo não ocorreu, em parte porque, segundo conta gente que estaria próxima ao caso, Adrian Newey projeta o carro de forma tão compacta, que a montagem do motor não é a ideal para seu melhor funcionamento, visto que ele emanaria muito calor e solucionar isso poderia requerer um pouco mais de espaço, com as consequentes perdas aerodinâmicas, somando-se o fato da marca-irmã Infiniti ter mais destaque na carenagem do carro do que a marca do losango, graças à um belo acordo comercial que não agrada tanto a divisão francesa.
Por outro lado a Red Bull não estaria satisfeita com o desempenho do motor, que além de não ter ganhado a potência esperada e ainda deixar algumas dúvidas quanto à durabilidade, tem um funcionamento difícil, com a potência existente sendo distribuída de forma desigual, o que gera uma condução arisca do carro em determinadas faixas de giro em que a potência é despejada de uma vez e um comportamento modesto em outras faixas de giro.
Com essa nem tão silenciosa falta de confiança da equipe austríaca no trabalho dos franceses, a influência e mesmo atuação da equipe sobre a evolução do motor é cada vez mais direta, com eles demandando a contratação de engenheiros terceirizados – como o alemão Mario Illien, fundador da famosa preparadora de motores Ilmor – e mesmo assumindo parte do desenvolvimento, o que estaria deixando os franceses receosos quanto ao futuro da tensa pareceria onde ambos não parecem satisfeitos.
Mas esse retrato ruim existia até o fim dos testes, pois no GP da Austrália a coisa degringolou de vez, com o conselheiro Helmut Marko dizendo “ficamos sempre ouvido que ‘dá próxima vez vai ser melhor, os testes são promissores’ e esperamos por melhoras, mas a realidade é que demos um passo atrás – o motor novo de Ricciardo quebrou no treino livre depois de percorrer apenas 50 quilômetros – Marko prosseguiu: “temos a mesma potência que tínhamos em Abu-Dhabi em 2014”. O comandante da equipe Chrisitan Horner foi ainda mais longe e declarou à BBC: “Eu não tenho ideia de como eles conseguiram fo**r tanto isso”, com uma delegação da Renault saindo em seguida da França para tentar apagar o incêndio.
Na corrida, ver Ricciardo simplesmente não conseguir chegar na Sauber de Nasr por dezenas de voltas e ainda assisitir o mesmo motor ir pelos ares na subsidiária ToroRosso de Verstappen não ajudou em nada.
Com isso em tela, e ameaças da equipe em abandonar a categoria à parte, é cada vez maior a probabilidade de uma separação das partes, com a Red Bull partindo para a prospecção de outro fornecedor e a Renault indo a cata de comprar uma equipe existente no grid (o sinal verde para isso já teria sido dado e estariam negociando com sua atual cliente Toro Rosso, que seria a favorita por não ter dividas como Sauber, Force Índia e Lotus), como fizeram com a Benetton em 2001. Para o pessoal dos energéticos as possibilidades vão desde a mais óbvia associação à outro fornecedor, que entre os atualmente presentes na categoria só poderia ser a Honda, isso se o acordo com a McLaren permitir.
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Outras possibilidades seriam associar-se com uma quinta marca, que poderia ser a Audi, mas esta já disse que não entra na F1 tão cedo (não enquanto Bernie Ecclestone estivesse no poder, dizem) ou quem sabe à Cosworth, que tem um protótipo do motor turbo pronto mas que precisa de dinheiro para desenvolvê-lo, e até mesmo partir para a criação de seus próprios motores, uma hipótese menos provável pelos altos custos que teriam que assumir sozinhos.
Assim, vale a pena observar como serão os resultados da dupla ao longo dessa temporada e ver os desdobramentos dessa possível cisão já para 2016 ou 2017.
excelente informação, excelente texto, etc… parabéns!!!
Lembra-se muito do fim da parceria Mclaren Honda em 92. Vale lembrar que depois disso a Mclaren só voltou ser forte em 98, será que eles terão paciência?
Matéria muito boa, diferente das matérias de sites como terra e uol que só falam linguiça…
Tudo isto que está acontecendo foi previsto por Bernie Eclestone que era contra este tipo de motor híbrido com limitação de consumo, ele acreditava que iria ocorrer o mesmo que ocorreu na era turbo (também com limitação de consumo) seria a fórmula dos motores….teríamos que fazer um meio termo para agradar todo mundo…Exemplo voltar aos aspirados sem limites de consumo, mas liberando o giro com isto favoreceria a Mercedes e em menor escala a Ferrari que investem mais no motor (que os Renault), não haveria congelamento de motores, deixar a aerodinâmica como está agora 2014/2015 com isto a genialidade de Newey não seria tão aflorada como nos regulamentos anteriores onde a aerodinâmica tinha um peso muito grande, seria uma forma de agradar a Renault. Em 1994 quando eles tiraram a eletrônica dos carros para prejudicar a Williams, eles afinaram os pneus para agradar os V8 (Ford), introduziram o reabastecimento para agradar os V12 (Ferrari)…
Eu me lembro quw em 2013 o Helmut Marko reclamando de que a Renault tinha apenas 250 técnicos trabalhando nos novos motores, contra mais de 300 na Ferrari e 400 da Mercedes…
Eu me lembro que em 2013 o Helmut Marko reclamando de que a Renault tinha apenas 250 técnicos trabalhando nos novos motores, contra mais de 300 na Ferrari e 400 da Mercedes…
A Cosworth eu acho que seria bom negócio. Já é uma empresa com bastante experiência, e quem sabe faz um motor ao nível de Ferrari.
Na era aspirada até 2013, o Marko vivia na imprensa inglesa, reclamando da falta de potência do motor Renault em relação ao Ferrari e Mercedes, em 2011 ele chegou a propor que a Red Bull fabricasse seus próprios motores com a ajuda da AVL.
Minha opinião o que ele dizia em parte é verdade, mas a Renault da uma ajuda econômica muito grande para a Red, a Red precisa da ajuda de um fabricante de motor, se a Red fabricar o seu motor vai fracassar.
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