A começou 2015 como um assunto bastante discutido junto aos seus fãs. Que bom não? Não. Pois o que se debate sobre ela são seus cada vez mais evidentes defeitos, não suas qualidades.
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E a lista de defeitos atuais é extensa: Crise financeira que ameaça a sobrevida e a competitividade de 4 equipes no grid, no caso Force Índia, Lotus, Manor e Sauber, com as duas últimas ainda mais expostas após a primeira sequer conseguir ligar seus carro no último fim de semana de GP e a segunda ser envolvida por incompetência gerencial própria numa batalha judicial com um piloto que foi contratado para correr, pagou à vista para isso, mas não correu.
Mas isso não é tudo. A Fórmula 1 também padece de outros vícios: Os custos altíssimos que a evolvem e sufocam metade das equipes também estrangulam organizadores das corridas, que não tem conseguido pagar as absurdas taxas cobradas por Bernie Ecclestone para receber uma etapa da competição. A última vítima foi a Alemanha, que acaba de perder sua corrida natal após 55 anos de história por não ter dinheiro, criando a absurda situação de o país da atual campeã de construtores e casa de 11 títulos recentes de pilotos não se ver no calendário.
E a lista continua: Seus atuais carros não encantam, são tidos como feios e seus motores complexos e de alta tecnologia não são completamente entendidos pelo grande público, que só depreende que os carros estão mais lentos e não emitem um barulho que lhes agrade, tendo como consequência a queda de interesse e consequente audiência das transmissões em quase todos os países.
Outro fator que já falei aqui é a ausência quase completa de interação da Fórmula 1 nas plataformas digitais como Facebook, Twitter e Youtube, o que a afasta das novas gerações, ao passo que as antigas que ainda acompanham se vêem cada vez mais saudosistas de outros tempos onde as disputas eram mais francas e não começavam o ano com um campeão já anunciado (era a chorona e mal acostumada Red Bull até recentemente e hoje é a Mercedes) que some na frente deixando as migalhas para Ferrari, Williams e demais equipes.
Enfim, a Fórmula 1 está avançando num caminho perigoso: o da irrelevância. Ela pode tornar-se simplesmente desimportante para um público enfadado de tanta desigualdade técnica e financeira e da falta de disputas abertas pelas vitórias e isso reverbera nas audiências das TV´s, que pouco a pouco estão abrindo mão da categoria que migra para a TV à cabo (de menor público) e por tabela os patrocinadores das equipes podem repensar se suas marcas estão sendo expostas para o público que desejam e pelo qual pagam tão caro (quem não patrocina a Mercedes tem chances mínimas de ser visto no degrau mais alto do pódio e nas capas de jornais de segunda), numa espiral que vai jogando a categoria cada vez mais para baixo.
A consequência disso é uma categoria menos desafiadora, menos interessante e cada vez menos acessível para os novos talentos, que quando saem da GP2, mesmo com bons resultados ou campeões, se vêm sem vagas e acabam olhando com mais interesse para categorias mais competitivas e baratas como a Fórmula Indy e a WEC.
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É mais do que hora da FIA retomar as rédeas da gestão categoria da FOM e do grupo das maiores equipes de F1 – que não querem uma melhor distribuição do dinheiro da categoria, mesmo que para isso sobre só meia dúzia de equipes – para retomar a ideia da criação de regras que fomentem maior competitividade, diversidade de idéias técnicas e um teto orçamentário mais rígido para as equipes enquanto ainda há um número razoável de carros no grid e de público nos sofás.
A Fórmula 1 periga acabar? Ainda não chego à essa conclusão dramática, mas o risco dela continuar caindo no interesse do público e se tornar uma categoria enfadonha, “velha” e sem o reconhecimento de ser o ápice do automobilismo mundial tanto pela sua tecnologia como pelo nível técnico exigido dos seus pilotos só aumenta.
Seria muito interessante se a F1 adotasse o chassi, suspensão, freios e aerodinâmica de um só fabricante, deixando a briga entre fábricas e equipes indemepndentes somente com os motores e pilotos.
Seria interessante sim.
Não, não… Isso a transformaria numa Indy!
A F1 sempre foi o campeonato dos construtores, de quem criava o melhor conjunto carro+motor.
Ultimamente a chatice também tem a ver com uma quase “padronização” dos modelos. Pois com tanta restrição, já não há mais liberdade para o desenho dos carros. E enquanto isso Adrian Newey (criador do “carro mágico” da Williams de outrora, entre outros) prefere sair pra desenhar BARCOS!
Acredito que o teto orçamentário já passou da HORA de ser implementado na F1.
Uma das coisas que precisam voltar a F1 em termos de competição:
– Regulamento menos “engessado “. Por exemplo :A mudança de altura de bicos que vira e mexe , muda ano após ano nunca ajudou em nada , os carros continuaram batendo e passando um por cima dos outros , então por que não permitir alturas e larguras diferentes ?
– Padronização de chassis.Mas com aerodinâmica independente por cada equipe.
– Mais de um tipo de marcas de pneus ! Hoje tudo se resume ao motor e a aerodinamica.Sendo essa a categoria máxima do automobilismo , a competição entre fabricantes de pneus é sempre acirrada e seria uma outra variável que poderia pesar na disputa das corridas.
– Mais motores durante a temporada. Qual a graça de assistir uma corrida de automobilismo , sendo que o piloto quando erra ou perde algumas posições , já engaveta seu carro nos boxes pensando em poupar o motor para a proxima corrida ??? OU hesita em buscar um oponente na pista por receio de quebrar o Motor ?
Vou repetir o que disse acima.
Padronização de chassis = INDY
Ainda não entendi qual vantagem isso traria! Vender chassis para clientes, vá lá… mas padronizar pra todos não!!!
Sou contra a padronização e mesmo a venda de chassis. Gosto de cada equipe buscar suas soluções próprias. O que tem que haver é uma limitação de gastos, pois nunca uma equipe como a Manor, por exemplo, vai conseguir criar um carro bom como o da Red Bull que tem um orçamento 6 vezes maior….
Peraí, José!
(era a chorona e mal acostumada Red Bull até recentemente e hoje é a Mercedes)
A situação de já termos a Mercedes campeã em 2015, foi justamente porque ela chorou para FIA e ameaçou abandonar a F1 em 2013.
Ótimo texto e análise, parabéns!
Bom, acredito que uma mistura do que foi bom no passado com tecnologia atual de ponta seria uma boa, agradaria ambos fans, e seria interessante ter um nivelamento de potência entre os carros, as disputas seriam mais nos braços dos pilotos.
Inácio, foi a FIA que impôs as novas unidades de força.
É como já vi gente dizendo: “Não sei o que morre primeiro, a Fórmula 1 ou o Bernie”
Uma coisa é certa, os dois juntos não duram muito mais não… sendo bem sincero
Creio que a volta dos treinos livres e não coletivos seria uma boa solução. Mas monitorados e om tempo predeterminado. Dai não veriamos um fiasco como esse iniio de temporada. Especialmente para desenvolvimento do conjunto. Também acho que deveria diminuir as penalisações a manobras de pilotos, Tá um mimimi chato, que vem tolindo pilotos mais ousados. Dai vejo a queda da qualidade do espetáculo. Poxa, ate pilotos ja estao agindo com esse mimimi, deixando de acelerar a barata! Vira jogo de xadrez ao invés de corrida assim.
Deixar o motor V6 de 1,6l como está inclusive com o turbo de baixa pressão e retirar todos tipo de armazenamento de energia, retirar o compressor e liberar o consumo de combustível, Tudo isto com 4 motores para ser usado por temporada. Aumentar o peso dos carros em 100 kgs e proibir o uso de fibra de carbono no chassis, na caixa ou suspensão, obrigar a usar o alumínio no seu lugar..a fibra de carbono só poderia ser usada nos freios. Proibir pneus supermacios e macios. Obrigar a usar gasolina comercial…
Daqui um tempo,do jeito que a carroça da F1 anda,a Indy vai superar-la em todos os sentidos. Sem mencionar a Formula E que já atrai os rejeitados da F1. Fora Bernie Eclestone!!!!
E como sempre, parabéns pelo artigo Zé!!!!!
A F1 está assim porque valorizou demais a tecnologia e aerodinâmica nos últimos anos. Agora fez um regulamento para tentar mudar isso, e priorizou os motores, mas tb, limita as modificações, limita as mudanças, e quantidade de motores ao ano. Como uma equipe que está atrás no quesito motor vai conseguir se igualar a outra se não pode mexer em quase nada dos motores. Como a Honda tadinha, grande prejudicada disso, já que Ferrari, Renault conseguiram achar uma brecha no regulamento pra tentar alguma coisa.
A F1 tb está sem graça pq nos últimos anos fez um regulamento pra tentar atrair companhias, montadoras, e patrocinadores, e não para agradar os fãs. A F1 chegou num ponto em que precisa-se tanto de dinheiro e investimentos e esquecem da essência do esporte em si. Eles tem que decidir, ou fazem da F1 uma categoria para agradar as grandes empresas, ou, aos fãs.
A F1 teria que por novas regras, como adotar apenas um tipo de pneu que duraria de 85 a 90 % da corrida e ficaria a decisão da equipe trocar ou não os pneus, aumentar a potencia dos motores, voltar os carros com efeito solo e suspensão ativa.
Gente, é só firmar o corpo e esperar o tio Bernie cantar pra subir. Ele foi primordial pra F1 se tornar o que é hoje, em todos os sentidos…
Jamais imaginei que um dia e em tão pouco tempo gostaria tanto da Nascar ao ponto da F1 já não ser a minha categoria do automobilismo favorita. Bernard está colhendo aquilo plantou…
Se não mudar de maneira URGENTE, daqui alguns anos, ela acabará na vala comum. Aprendam com a Nascar, este sim um espetáculo que sabe conquistar e privilegiar os torcedores, não importando a idade e as condições socioeconômicas.
Nós não queremos luxo, apenas simplicidade nas regras ao ponto de que o piloto faça valer a sua competência e não somente a máquina em detrimento do homem.
Sem querer desmerecer e apesar de algumas escolhas equivocadas, Fernando Alonso é a maior prova que não basta somente competência, garra e ser “o melhor” para conquistar mais títulos.
Dá pra riscar uma dessas plataformas já.
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E a F-1 de hoje não tem nada a ver com a F-1 do passado. É uma porcaria. Um amontoado de bobagens do ponto de vista técnico, protagonizado por personagens anódinos que produzem um espetáculo ruim. Simples assim: o espetáculo é ruim. Perdeu todos seus atrativos: o barulho, a variedade de marcas e modelos, os cenários clássicos e históricos, as cores, os personagens, a competição. E no mundo de hoje, com tantas alternativas de diversão e entretenimento, um espetáculo ruim só gera uma coisa nos mais jovens: indiferença. Os jovens não acham a F-1 chata, desinteressante, entediante, aborrecida. Eles simplesmente não acham nada. Nem sabem que existe. Não faz parte de seu mundo. É uma abstração, como um disco de vinil ou um videocassete.
Não é muito difícil fazer uma F-1 parecida com a do passado, de forma a reativar na mente e nos corações de quarentões e cinquentões a paixão que ela despertou neles quando eram mais novos. Se se apaixonarem de novo, dirão aos mais jovens que estão apaixonados de novo. E esses jovens podem, por que não?, se apaixonar também por algo de que apenas ouviram falar, e nunca viram de verdade.
Para isso, é preciso simplificar as coisas. Deixar de lado esses motores incompreensíveis, por exemplo. V8 aspirados de 2,4 litros e barulhentos, que tal? Toda fábrica de automóveis é capaz de fazer motores V8 aspirados de 2,4 litros e barulhentos. Qualquer uma. Não custa caro. Muito menos do que se investiu nessas unidades de força que daqui a menos de dois anos serão apenas lixo tecnológico. O som dos motores, ainda que muita gente ache que isso é uma irrelevância, não é. Escutar um motor rugindo, machucar o ouvido, tremer na arquibancada à passagem de uma Ferrari, é experiência que só quem teve sabe o que é, e não pode ser descartada. É como proibir uma torcida de gritar “gol” num estádio. Não faz sentido. Câmbio padrão, com liberdade para escolher relações de marcha. Medidas fixas de comprimento, altura e largura e peso mínimo, e a partir disso cada um faz o que bem entender. Mais de uma marca de pneus. Uso limitado de túnel de vento. Asas dianteiras e traseiras sem apêndices. Fim da asa móvel. Limite de mecânicos em pit stops. Treinos de classificação na sexta e no sábado com soma de tempos. Warm up. Sim, warm up, tinha coisa mais legal do que o treino de domingo de manhã para quem chegava cedo aos autódromos? Possibilidade de fazer testes particulares em pistas que não estão no calendário, mas com limite do número de dias por ano. Venda de chassis do ano anterior para equipes menores. Teto de gastos. Aproximação dos pilotos com o público, sessões de autógrafos, motorhomes menos herméticos e paquidérmicos que custam um absurdo, a inutilidade mais cara do planeta, fim do esquema rígido de entrevistas coletivas, mais liberdade para essa gente falar o que quiser quando quiser, ingressos mais baratos, mais corridas em países tradicionais como França, Portugal, Argentina, Holanda, Suécia, Itália, Inglaterra.
Não é complicado. Basta querer. Mas é um modelo que nada tem a ver com o atual, exige ruptura e, sobretudo, apoio daqueles que, hoje, estão por cima da carne seca e terão de abrir mão da hegemonia que impuseram aos demais — hoje é a Mercedes, mas se eu escrevesse este texto três anos atrás, seria a Red Bull; dez anos atrás, a Ferrari.
Parece muito claro que no formato que a F-1 é disputada hoje, o destino é a morte lenta e melancólica, minguando a cada dia, sendo abandonada pelos velhos fãs e incapaz de seduzir novos. Hoje, tirando aqueles que se encantaram no passado e ainda têm esperança de que os bons tempos — terrível, o clichê, mas é o que temos pra hoje — voltem, ninguém mais liga para ela.
É a indiferença o grande veneno que está matando a F-1. O antídoto está lá atrás. É só olhar no espelho.