Como já falei aqui no BLOG em anos anteriores, a Lotus acumulou ao longo das últimas temporadas enormes prejuízos financeiros, com exceção da última onde após profundos cortes de pessoal, saídas de dirigentes, projetistas gabaritados, seu principal piloto e a chegada de Pastor Maldonado com seus polpudos patrocinadores as contas se reequilibraram um pouco.
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Essa melhora, entretanto parece não ser muito sólida, visto que recentemente houve algumas ações nas cortes inglesas pedindo a execução de dívidas pendentes por parte de alguns fornecedores, entre os quais a Pirelli, que só após receber os pagamentos atrasados na última hora liberou os jogos de pneus para a equipe disputar o GP da Hungria. Na verdade foi tão de última hora que os dois carros saíram para a pista meia hora atrasados porque os pneus ainda não tinham ficado tempo suficiente nos cobertores elétricos.
A equipe não está falida, longe disso, já que recebem o dinheiro dos direitos de TV ao fim do ano e em última análise seu dono, o fundo de investimento Genii, tem muitos recursos, só que escaldados com tantos prejuízos nos anos anteriores eles não querem mais gastar tanto com a Lotus, o problema é que mesmo sem grandes investimentos as contas continuam vindo.
Outro fator que pesa nesses atrasos é a possibilidade da Renault recomprar a equipe, fazendo com que a atual administração adie o máximo possível novos gastos e até os pagamentos devidos para que eles já sejam responsabilidade dos novos donos, em a venda saindo. Só que a Renault não é boba e já teria sinalizado que não assumiria as dívidas antigas, gerando uma queda de braço nas negociações.
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Como resultado disso temos um ritmo mais lento de desenvolvimento de novas peças para o E23, já que o dinheiro é curto e os atuais administradores não querem gastar mais em algo que pode não lhes dar mais retorno, decisão que certamente impacta na vida de Pastor Maldonado e especialmente Romain Grosjean, que ainda tem que ceder seu carro nos primeiros treinos de sexta-feira para o piloto reserva Joylon Palmer, que reforça o caixa da equipe para dar essas voltas sempre no carro do francês, já que o venezuelano se recusaria a ceder o lugar por pagar mais caro por ele.
Assim, resta torcer para o negócio com a Renault saia mesmo do papel o quanto antes, pois todos na equipe sairiam ganhando…
O alto custo para manter uma equipe de fórmula 1 nos dias de hoje é colossal, coisa que também afugenta a criação de equipes independentes, apesar de eu não ter a mínima perspectiva de que este cenário mude (que não pode ser considerado simplesmente financeiro, mas também político), levando a uma Fórmula 1 cada vez mais sem graça e previsível, e por consequencia, um desinteresse apático do publico, ainda tenho esperança que tudo pode ser resolvido em médio prazo, se as ações forem tomadas agora, a começar com a distribuição mais justa da enorme fortuna que este esporte gera!