Sobre o tricampeonato de Hamilton

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Lewis Hamilton
é o mais novo tricampeão da Fórmula 1. Ombreia-se agora com nomes como Niki Lauda, Nelson Piquet, Jackie Stewart, Jack Brabham e sobretudo seu grande ídolo, Ayrton Senna. Mas o seu tricampeonato tem o mesmo peso que os de seus antecessores?

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Antigamente os carros eram muito mais frágeis do que hoje, então mesmo que o piloto contasse com um ótimo carro, como Lewis conta hoje, ele não tinha garantia alguma que terminaria suas corridas, que também eram menos numerosas – basta lembrar que Jackie Stewart, por exemplo, abandonou mais de 1/3 das 99 corridas que disputou até se aposentar como tricampeão em 1973 e tinha a morte como possibilidade real. Outro fator a ser considerado é que Lewis não teve sobretudo nesses últimos dois títulos, um adversário de peso igual a lhe enfrentar em condições de real competitividade, diferente dos que lhe antecederam (se bem o mesmo poderia ser dito de alguns títulos do tetra de Sebastian Vettel ou de Michael Schumacher entre 2000 e 2004), já que seu companheiro de equipe não tem o mesmo pedigree do inglês, como ficou claro esse ano e as demais equipes não tem chance contra as Mercedes em circunstancias normais.

“Ah, mas Senna teve vida fácil na McLaren que era melhor que o resto!”. Não é bem verdade. Em 1988 e 1989 ele a dividiu com o já bicampeão Alain Prost e a batalha foi duríssima, tanto que cada um levou um título. Em 1990 Prost foi para a Ferrari que estava numa boa fase e deu vida dura à Senna e em 1991 a Williams de Mansell já era o melhor carro, mas os erros do inglês ao volante aliados à fragilidade inicial do carro jogaram à favor do contante brasileiro (Nigel não terminou 6 corridas contra só 1 abandono de Ayrton naquele ano).

Estou com tudo isso respondo a pergunta inicial, que me foi feita por mais de uma pessoa desde domingo: O tri de Hamilton tem o mesmo peso que os de seus antecessores? É diferente. Como foi o tri de Senna em relação ao de Brabham. Assim, temos que contextualizar como hoje em dia muitas das circunstâncias que levam um piloto a conquistar um título são outras, embora a qualidade daquele que está ao volante continue preponderando – tanto que Hamilton levou o caneco, não Rosberg – mas com um equipamento muito superior aos demais, sem se preocupar muito com quebras ou o com o risco de morrer, o número de desafios que cabem ao piloto para conquistar o título acaba sendo menos intenso e mais previsível por toda a temporada. Portanto, para que não haja dúvidas, Lewis mereceu sim o seu título, mas ele e nós merecemos rivais em condições mais fortes para suas próximas disputas.

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10 respostas para Sobre o tricampeonato de Hamilton

  1. Anônimo disse:

    Eu acho que o grande problema da F1 hoje em dia é que o sangue dela é do politicamente incorreto, e hoje vivemos uma ditadura exatamente do oposto. Hamilton tem sague pra briga, ano passado disse que ele e Rosberg já não eram mais amigos, além da disputa com Alonso na Maclaren, mas ai, quem tem condições de partir pra briga com ele? E se alguém partir, vão deixar a briga rolar? Acho que não. O problema é que a F1 caiu no buraco do politicamente correto e perdeu a graça, a gente quer ver corrida de carro pra satisfazer o nosso ego de não poder fazer isso, nós transferimos nossa vontade pra um produto cultural, assim como o cara que assiste UFC e gosta de porrada mas não vai sair batendo nos outros, e se o cara for morrer trocando porrada ou correndo a 300 por hora, só vai tornar o show mais interessante, isso que eles não entendem. A F1 viveu seu auge na época do Senna e Prost justamente por coisas que faltam hoje em dia e que se tentassem recoloca-las seria um absurdo.

    • Bruz disse:

      Eu não gosto de anos anónimos, mas esta resposta me acrescentou alguma coisa. Egos ocultos da genete mesmo? Eu heim!
      “o sangue dela é do politicamente incorreto, e hoje vivemos uma ditadura exatamente do oposto” Essa é boa demais, Muito certero.

  2. Bruz disse:

    E claro que não Che Augusto, nunca serão nem perto semelhantes. Por isso eu insisto em dizer que os dois últimos títulos de Hamilton “São dois títulos de Merdes”.

    • Marcell disse:

      Titulo Merdes….hahahahha… Tenho de concordar com isso…kk
      Pra ser sincero, acho que se o Alonso e ganhasse alguns dos titulos disputados entre 2010 e 2012… (Quando ele passou perto de ganhar) Ai sim teriamos o caso de um titulo, que poderiamos dizer q foi no ”braço” (*Com algumas coisitas a mais..hehe) PS: Eu não gosto do Alonso. Mas tirante 2007 e 2008, já é de algum tempo que quem leva o titulo são apenas os carros que estão bem acima da média da concorrência. Soma-se isso ao fato da equipe ter um bom piloto que é constante em sua tocada, é igual a caneco! Hamilton, Alonso, Vettel… Todos esses ai foram campeões com carros de ponta. Até o Button diga-se de passagem… Não estou falando que eles são medianos. Oq eu quero dizer é que desde a virada dos anos 2000 pra cá… Ngm mais faz milagre. Ai alguém pode dizer… ahh mas em 88, 92 e 95 tbm havia esse disparate entre carros campeões e outras equipes. Sim é vdd… O problema é que isso agora virou rotina.. E como o texto do zé disse, a concorrência parecia ser mais ferrenha naqueles tempos e os desafios eram maiores.

  3. A Mercedes fez um ótimo carro, Hamilton é um ótimo piloto, tentaram o máximo com o que tinham nas mãos, foram vitoriosos, agora o restante do grid, em boa parte tiveram as mesmas condições e foram incompetentes. Vettel é tetra, a Ferrari não tem limites, cadê eles? A Honda errou, a Renault errou. Rosberg é fraco, não só como piloto, mas psicologicamente, Hamilton como fã de Senna, nessa prova vi bem ele usando o jogo de Senna, obrigando o Rosberg a tirar o carro senão bateria. Senna fiz muito isso e Prost sofreu com isso, mas quando deixar isso acontecer o favoreceria ele deixou bater (japão 89), claro que ele não contava com a recupeção de Senna e usou bastidores para se sustentar, mas isso não vem ao caso, falo na pista mesmo. Então o que falta são as outras equipes e pilotos correrem atrás. Já que a F1 não é somente um campeonato de pilotos (senão teria os carros todos iguais), mas também de construtores.

    • Bruz disse:

      E cito “Então o que falta são as outras equipes e pilotos correrem atrás. ”
      O problema meu caro e desentendido Henrique, é que justamente não da para correr atrás do prejuizo. Ou é que vc não entendeu ainda sobre as castrantes normas da FIA??
      Após o GP da Australia, a quase totalidade de nós já estava de saco cheio pq adivinhavamos que sería outro título de Hamilton de Merdes. O resto foi ver o deambular das carrozas, o drama do Alonso, alguma genialidade do Vettel, a ascenção do comeranho e a Birra da RBR. Muito pouco para um campeonato de F1.

  4. O primeiro título do Lewis (2008 em cima do Massa) foi épico, decidido nos últimos metros.
    O de 2014 já foi meio fácil, mas esse de 2015 foi mais fácil que roubar doçe de criança.

    Quanto ao comentário do Anon, é verdade.

    Lembro-me na minha infância que a F1 era uma espécie de “bateu-morreu” qualquer acidente um pouco mais forte poderia ser fatal, nós sabíamos que ao pilotar o carro no limite, o piloto estava literalmente guiando entre a vida e a morte. E isso fazia parte do pacote to espetáculo da F1.

  5. Paulo Gomes disse:

    Qualquer semelhança entre Rosberg e Barrichello é mera coincidência

  6. Paulo Henrique disse:

    Concordo este campeonato foi parecido com o TRI de Senna em 1991, quando ele saiu vencendo as primeiras corridas, LH nao vanceu todas as primeiras mas, foi parecido. E em questao de piloto a altura em competitividade acho que se a Ferrari tivesse melhorado mesmo como equipe e o carro talvez ficaria mais pro fim. Agora real mesmo queria ter visto o TRI Campeonato sendo disputado pelo Lewis Hamilton e Fernando Alonso, MERCEDES vs McLaren Honda. Dois BiCampeoes correndo atraz dos sucessivos prejuizos.

  7. Alex disse:

    Sua análise é perfeita. O Prost é um piloto terrível, não é por acaso que muitos consideram um dos grandes da F1. Enquanto o Piquet teve grandes dificuldades com o Mansell em 1986 e 1987, o Prost não tomou conhecimento do Mansell na Ferrari em 1990 e dominou ele completamente o inglês. Outros campeões que foram facilmente dominados pelo francês Lauda em 1985, Keke em 1986, Hil em 1993. A briga Senna X Prost, foi uma briga de titãs. Acredito que o Senna era mais veloz que o Prost, mas o Prost poupava mais o carro, dando um empate. O Prost se tivesse escolhido pilotos n°2 fracos como fazia o Schumacher com certeza teria uns 8 títulos.

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