
Conforme eu disse no post de ontem, a segunda peça do tabuleiro da Fórmula 1 fez seu movimento hoje de madrugada: Sebastian Vettel foi anunciado como piloto da Aston Martin a partir do ano que vem.
Não era preciso ser um grande gênio dedutivo para chegar à conclusão que esse era o movimento mais provável, pois ele já se desenhava há várias semanas. Mas será que foi realmente a melhor escolha, tanto para o piloto como para a equipe?
Para Sebastian Vettel, era a melhor vaga dentre as realmente disponíveis, já que Red Bull tem em Verstappen sua prioridade e a dúvida é apenas se Albon continua ao seu lado ou se volta Gasly, mas a solução deve mesmo ser interna, jovem e de baixo custo financeiro, como sempre foi a filosofia da equipe, sobretudo com os pilotos que não se chamem Max.
A Mercedes já anunciou a renovação de Bottas e aguarda Hamilton fazer o mesmo, estando a discussão parada apenas por questões financeiras, com o piloto inglês querendo mais um aumento, segundo comenta-se. Renault e McLaren também já fecharam suas duplas e as demais equipes seriam potencialmente menos competitivas, assim, a equipe rosa era a unica opção real no grid da categoria.
Senão vejamos: A Aston Martin em 2021 terá o mesmo bom carro desse ano como base, então deverá ser positivo para o piloto alemão que não tem se entendido com o fraco carro da Ferrari, que também será basicamente o mesmo ano que vem.
A grande aposta da equipe rosa – e de todas no grid, na verdade – é para o novo carro de 2022, já sob um regulamento técnico completamente diferente e potencialmente a ser gerado por uma equipe com profissionais egressos de equipes grandes rivais, já que com o teto orçamentário do ano que vem, aumentarão as chances de bons profissionais serem dispensados dessas grandes equipes e absorvidos por eles.
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Para Vettel, então o potencial de ter feito um bom negócio é grande, mesmo sabendo que a equipe ainda não é propriamente uma das grandes, algo que inclusive pode lhe tirar certa pressão dos ombros, uma condição que ele nunca gostou ou soube trabalhar muito bem.
Para a equipe, bom, sob o ponto de vista de mídia foi um grande ganho. Agora eles tem um tetracampeão atraindo os holofotes do mundo e trazendo na bagagem sua experiência de 13 anos em equipes grandes nas costas. Por outro lado, colocam-se sob maior pressão, pois justamente com essa maior visibilidade e o novo nome da equipe a partir do ano que vem, virão as cobranças por resultados à altura, num momento em que ainda não tem a mesma estrutura e recursos técnicos e financeiros das rivais.

Aliás, em 2022 a equipe deve sair do atual prédio que os recebe desde os tempos que se chamavam Jordan e estrear uma nova e espaçosa sede, como vemos nessa projeção divulgada por eles, acima.
Mas Lawrence Stroll, principal acionista da equipe e da marca Aston Martin, sabe disso e imagina-se preparado para subir os degraus de desenvolvimento que esperam deles. Terá, entretanto, que ajustar a velocidade de entrega dessas expectativas, tanto junto à imprensa e investidores, como quem sabe até junto ao seu novo piloto principal, que já disse publicamente que queria sair da Ferrari e ir para uma equipe que lhe desse equipamento para disputar vitórias.
Juntos, Vettel e Aston Martin podem sim chegar às vitórias, mas não será fácil, nem rápido e nem mesmo tão garantido assim e é bom que todos os envolvidos estejam confortáveis com isso, sob o risco do clima azedar. Se eles estiverem em paz que estão num processo de escalada rumo à competitividade e que isso pode demorar anos, poderão ser felizes como destaques do pelotão intermediário até que as tais vitórias venham, isso se vierem, ao menos tão cedo ou regularmente como gostariam. Caso parecido, mas não idêntico, ao de Alonso na Renault/Alpine, só que isso já é assunto para outro texto.
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Está rolando um boato do Toto Wolf na Aston Martin,se for verdade penso que o Seb arrebenta.
Seria bem interessante…
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