Folheando meu anuário de Fórmula 1 de 1991 do grande Francisco Santos, topo com essa bela imagem acima, de 10 dos 12 diferentes modelos de motores disponíveis naquela temporada, que ainda tinha 18 equipes tentando correr e disputando as famosas pré-classificações, para que “apenas” os 30 carros mais rápidos disputassem os treinos e a classificação, onde uma segunda peneira deixaria apenas os 26 melhores largando para a corrida.
Naquele ano tínhamos os motores 3,5L aspirados em formato V8 (Ford e Judd), V10 (Renault, Honda, Ilmor e outro modelo da Judd) e V12 (Ferrari, Lamborghini, Yamaha, Porsche e outro modelo da Honda), sendo que entre os Ford haviam os preparados pela Cosworth e os preparados por Brian Hart, estes tidos como os melhores V8 do grid.
Eram 12 diferentes motores! Agora em 2022 com a saída da Honda teremos apenas 3 opções, como já foi em 2014. Porque? Porque os motores atuais são muito complexos e caros e toda essa complicada eletrificação traz proporcionalmente pouco impacto para os tempos de volta dos carros. Eu explico:
O atual sistema de KERS + ERS permite o acréscimo de 160 cavalos de potência por cerca de 30 segundos por volta. Considerando o tempo de volta médio num circuito de F1 atual e que o motor turbo atual tenha em média 800 cavalos, temos essa potência elétrica a mais influenciando aproximadamente em apenas 10% no resultado de cada volta.
São muitos milhões de dólares gastos numa tecnologia muito específica e congelada pela FIA em 2014, com muito pouco resultado prático ou impacto no mundo real, onde a eletrificação avança rápido a cada ano, tornando esse modelo da Fórmula 1 limitado, pouco eficiente e à essas alturas potencialmente defasado.
Que grande fabricante de carros vai querer gastar dezenas, senão centenas de milhões de dólares desenvolvendo esse modelo de motor hibrido potencialmente ultrapassado e que ainda pode te fazer passar vergonha ante à rivais muito mais experientes, que já exploraram quase todas as brechas possíveis e já corrigiram todos os defeitos e pontos fracos ao longo dos últimos 7 anos?
Como conciliar a necessidade de ter um sistema de força moderno, que acompanhe o desenvolvimento do mundo, que desperte o interesse de fábricas, mas ao mesmo tempo seja mais barato para se fabricado, operado e comprado pelas equipes?
Eles precisam ser mais próximos do que é viável no mundo real, atraindo de volta de forma competitiva fornecedores menores, como vimos em 1991 e que ainda emita um som atraente para o público, que preferia mesmo a volta dos velhos e beberrões V8/V10/V12 mas que sabemos que ninguém mais vai fabricar.
A FIA a Formula One Managent e as dez equipes atuais tem que descascar juntos esse abacaxi e rápido, se não quiserem ver a categoria minguar nos próximos anos ante à evolução de outras categorias, como a Fórmula E, cuja nova “Geração 3” de carros que estreia em 2023 será bem mais rápida e leve que a atual, prometendo até rivalizar com os novos carros da Fórmula 1 de 2022 em alguns números de desempenho, segundo Lucas Di Grassi. É um grande desafio… O que você faria?
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