Com o anúncio de George Russell no lugar do adoentado Lewis Hamilton para o GP do Sakhir, nesse fim de semana, a Mercedes optou pelo caminho mais difícil mas mais desafiador para seus pilotos, pois há 3 cenários possíveis:
Cenário 1 – Russell vai muito bem e supera Valtteri Bottas, seja pela diferença que for: nessa hipótese o finlandês, que já teve seu contrato para 2021, ficaria desmoralizado ao ver-se superado por um novato que nunca disputou uma corrida com o mesmo equipamento que ele. Seria um fim de ano inglório e possivelmente toda uma temporada de 2021 com gosto amargo de comentários de que ele não mereceu a vaga.
Cenário 2 – Bottas supera com facilidade Russell e domina com ampla vantagem o fim de semana: nesse caso a carreira do novato é que sairia chamuscada, ficando sua reputação de grande talento manchada ao ser superado pelo N° 2 da equipe, desvalorizando seu passe e prestígio e colocando em dúvida se ele é uma aposta tão boa assim para o futuro da equipe da estrela prateada.
Cenário 3 – Bottas supera Russell, mas por uma margem bem pequena: aí as coisas ficam em relativa paz para ambas as partes, com Russell dando o recado que com mais experiência naquele equipamento poderia bater Bottas, que também deixa margem de interpretação de que a aposta em seu nome para o ano que vem foi acertada, já que tem desempenho parecido com o de um novato talentoso numa fase de transição para 2022, quando Russel assumiria.
Então temos três cenários com dois possíveis desfechos negativos para ao menos um dos envolvidos, uma aposta de alto risco da Mercedes. Bottas e Russell sabem o que está em jogo nesse enfretamento e será interessante acompanhar como lidam com essa pressão. Como telespectador fico feliz por Toto Wolff (empresário de ambos) ter escolhido esse caminho ousado de colocá-los à prova.
Já no fundo do grid, teremos os estreantes Pietro Fittipaldi enfrentando um carro que nunca pilotou que tem um conhecido déficit de potência no motor, justamente numa pista com configuração de alta velocidade.
No box ao lado, na Williams, o também novato Jack Aitken senta no lugar de Russell num carro que ao menos já pilotou por uma sessão de uma hora e meia de treinos esse ano (Áustria) e que conta com o melhor motor disponível, o Mercedes, mas é tido como do pior chassis do grid.
Será uma batalha dura para essa dupla ver se livra de largar ou chegar em último – sem que isso fale tanto sobre seus talentos e mais sobre as limitações de seus equipamentos – com o eterno candidato Nicolas Latifi correndo por fora, como o mais experiente da trinca.
Em paralelo, a HAAS confirmou Nikita Mazepin e Mick Schumacher como sua dupla para a temporada de 2021, como já era esperado. Agora só restam as confirmações de Alex Albon na Red Bull e Yuki Tsunoda na Alpha Tauri para fecharmos as duas últimas vagas ainda em aberto no grid.
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