Nos últimos meses as principais pautas da Fórmula 1 tem sido a saga da Red Bull em conseguir um motor para a temporada 2016, a ameaça da equipe em sair da categoria, os resultados ruins da McLaren com seus motores Honda e até a disputa por vagas nas equipes menores. E o título da categoria?
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Dele pouco se fala. As pessoas estão conformadas desde o começo do ano que o título seria da Mercedes e de Hamilton, como no ano passado e possivelmente no ano que vem, salvo uma improvável reviravolta. E isso é um tremendo problema.
Uma categoria esportiva cujo campeão já é conhecido de antemão e cujos rivais não tem equipamento para entrar na disputa perde grande parte da graça. Se há disputas do terceiro lugar para baixo, tanto melhor, mas as vitórias, salvo tropeços dos favoritos, já tem dono. É evidente que a Fórmula 1 já viveu outras eras de dominação, como recentemente com a Red Bull, anteriormente com Ferrari, antes ainda com Williams, McLaren, etc, mas o fato desse cenário já ter sido visto antes não atenua o problema, especialmente numa era onde as alternativas de entretenimento são muito maiores, com TV à cabo, internet, Netflix, YouTube, videogames moderníssimos, smartphones e tablets com Whatsapp, Facebook, Snapchat, Instagram, Periscope, Twitter, Tinder e sei lá mais o quê, tudo para disputar o público das corridas quando elas não estiverem interessantes, diferente dos anos 80 e início dos 90 quando a TV era alternativa mais interessante dentre as poucas disponíveis.
É com vista a essa competição muito mais cerrada, sobretudo junto à quem tem menos de 30 anos, que a categoria deveria se preocupar, mas desconfio que enquanto ela continuar a ser gerida por senhores na faixa de oitenta e setenta e tantos anos de idade (Bernie Ecclestone e Jean Todt), dificilmente a coisa poderá melhorar, já que para eles a o entendimento desse novo público é distante do deles, quase abstrata.
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E qual a solução para essa questão? Eu tenho cá minha idéias, mas não sei com certeza, se soubesse ficaria rico a vendendo e ainda assim certamente apareceria outra pessoa dizendo ter uma ideia melhor, pois sei que ela não é fácil, nem simples tampouco única. A solução deverá conciliar o interesse difuso e por vezes antagônico das equipes, fabricantes de motores, pilotos, FIA, público, promotores e acionistas da categoria, mas algo precisa ser feito e a grande mudança de regras prevista para 2017 – logo ali – é uma ótima porta de entrada para isso, pois um campeonato mundial que movimenta bilhões todos os anos mas que desperta interesse mínimo pelo título em si não faz sentido e um dia esse descompasso vai custar caro.
Normalmente quando há a hegemonia de uma equipe a FIA muda o regulamento técnico, fazendo alguma equipe acertar a mão, apenas trocando a hegemonia de dono.
Ainda que eu não seja contra hegemonias, a solução ideal me parece ser a manutenção do regulamento, para que as outras tenham tempo de correr atrás, e a permissão para o desenvolvimento dos motores. Alguns testes coletivos não fariam mal, embora testes liberados possam facilitar o surgimento de novas hegemonias.
Sei que F1 anda em outra direção (desenvolvimento de equipamento), mas a padronização é que estimula a competição esportiva. Vide a GP2 e 3, muito mais disputadas.
Só um exemplo: O título da F-e despertou mais interesse que o da F1. Quem diria…